Mad Shakira? Por que lançaram Mad Love sem a colombiana?

Davi Silva – Ontem (15), finalmente veio à luz a alardeada canção de Sean Paul produzida pelo DJ David Guetta, chamada Mad Love. Em agosto de 2016, o cantor jamaicano havia anunciado a produção da música que contaria com os vocais da nossa ilustre colombiana Shakira. Desde então, os fãs da cantora aguardavam com extrema ansiedade o lançamento da faixa, que nunca chegava. Até que, por fim, começaram a surgir os rumores que Shakira não emprestaria mais os vocais ao projeto. O banho de água fria final chegou essa semana, com o lançamento oficial da música, sem Shakira, que foi substituída por Becky G. Então, uma série de teorias da conspiração começou a surgir em torno da ausência dos vocais da colombiana em Mad Love. Parece até que há um consenso entre os fãs da artista que Shakira abandonou o projeto por “preguiça”, para não ter de sair de Barcelona ou porque não lhe permitiram incluir a faixa na copilação final de El Dorado.

Mas afinal de contas, por que lançaram Mad Love sem a colombiana? Não, nós não temos a resposta. A redação do SBR entrou em contato por e-mail com a assessoria da gravadora de Shakira, a Sony Music Latin, e com a equipe de Sean Paul, mas até o momento não obtivemos retorno. O que nós sabemos é que, apesar da colombiana ter pleno controle criativo de seu trabalho e do gerenciamento de sua carreira, nem todo o poder de decisão que envolve seus lançamentos está em suas mãos. A gravadora ainda exerce forte influência sobre seu direcionamento artístico e muitos dos “nãos” que, em tese, Shakira deu se devem às decisões estratégicas de seu selo discográfico. Uma música envolve emprego e tempo de recursos financeiros, técnicos e  humanos, que não podem ser simplesmente desperdiçados pelo “não estar a fim” de uma das partes.

Licenças de conteúdo representam quantias de dinheiro estratosféricas se uma música se converte em um hit. Isso pode se tornar um problema burocrático quando os artistas envolvidos pertencem à gravadoras diferentes. Por anos, Shakira quis gravar uma música em parceria com seu conterrâneo Carlos Vives, mas o fato de estarem em casas discográficas diferentes dificultava a parceria. Por fim, quando Vives assinou com a Sony Music, ambos puderam gravar juntos e o resultado foi o estrondoso hit La Bicicleta. Outro exemplo foi o da parceria com Ivete Sangalo, em Dançando. As artistas tiveram que gravar a canção “escondidas” e só depois de tudo encaminhado apresentaram às suas gravadoras e travaram uma verdadeira luta para que a música fosse lançada. O imbróglio com Mad Love pode ter origem em razões semelhantes. Sean Paul faz parte do casting da Atlantic Records, que pertence à Warner Music. David Guetta também é um artista Warner. Já Shakira mantém um relacionamento de anos com a Sony Music, com um contrato milionário que envolve também a Live Nation. O adiamento constante da canção parece estar relacionado à agenda de divulgação de El Dorado. Um hit radiofônico poderia ofuscar o desempenho do álbum e recentemente Shakira enfrentou um problema em sua prega vocal direita, que impossibilitaria qualquer estratégia de divulgação que Sean e a Warner tivessem em mente para a canção.

Infelizmente nós não temos uma resposta precisa para a ausência da voz de Shakira em Mad Love. Provavelmente nunca teremos. Esse é o tipo de informação de bastidor que raramente chega ao grande público, pois envolve segredos comerciais. Bem, pelo menos não pelas vias tradicionais. Mas não nos parece surreal a ideia de que o “Não” tenha partido dos executivos das gravadoras e tenha sido acordado com ambas as partes e não necessariamente uma decisão unilateral da colombiana, como muitos de seus fãs têm replicado.

A voz feminina que ouvimos na canção é de Becky G, uma jovem cantora americana com ascendência latina. Becky é uma artista da mesma gravadora de Shakira e foi a alternativa encontrada para substituir a colombiana na equação. Uma artista em ascensão que pode se dar o luxo de emprestar seu tempo, disponibilidade e agenda para um artista mainstream de outro selo e assinar um contrato mais flexível que a barranquillera. Mas seja qual for o motivo, Shakira não é “mad” por não estar na canção e nos cabe aceitar o fato de que na indústria musical “há razões que a própria razão desconhece”.

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* Este artigo reflete exclusivamente as idéias e opiniões do autor e não representa, de maneira alguma, posicionamentos ou proposições do Shakira Brasil (SBR).

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