Entrevista: Shakira fala de novo álbum e novos projetos para a revista “Somos”

Shakira concedeu recentemente uma entrevista exclusiva para a revista peruana “Somos“, durante a breve conversa a diva latina revelou detalhes de seu novo álbum, sua família, as dificuldades da maternidade e muito mais.

Confira abaixo a entrevista completa traduzida para o português exclusivamente pelo Shakira Brasil:

“AINDA TENHO MUITAS COISAS PARA CONTAR”
A colombiana dá como terminado seu afastamento voluntário em que se dedicou inteiramente a seus dois filhos e lança os preparativos para seu novo álbum. Sobre o álbum ela falou com a Somos, também da proximidade de seus 40 anos e o papel da mulher no mundo atual.

► A música tema do filme Zootopia (Try Everything) e a música que você gravou com Carlos Vives (La Bicicleta) permitiram a seu público se encontrar com sua música. Foi muito difícil deixar o lado familiar para retomar sua carreira?

É uma processo bastante complicado, se eu não tivesse a ajuda de Gerard, seria tudo muito mais difícil. O corpo e o espírito te pedem para ficar ao lado dos filhos, mas há outra parte de você que te exige trabalhar, voltar a desenvolver isso que é sua paixão, que no meu caso é a música.

► Em algum momento passou pela sua cabeça a possibilidade de que o nono álbum de estúdio se adiasse indefinidamente?

Não, sempre soube que voltaria. Isso não é algo negociável, é uma necessidade para mim. Tomou meu tempo, porque creio que todo tem seu momento, e os meninos, nesta etapa de suas vidas precisam muito de mim. Mas já estou começando a escrever minhas novas canções.

►Uma estrela de fama mundial como você não foge do dilema que entram muitas mulheres sobre a maternidade.

É sempre muito complicado para uma mulher conseguir este equilíbrio. Todas estão no direito de procurar o equilíbrio entre o familiar e o profissional. Para isso é importante que a família se envolva de alma e coração (Deus abençoe meus sogros!). No meu caso, Gerard também tem muita vontade de que eu volte a cantar e sabe, como eu, que sempre tenho muitas coisas que oferecer e que contar através de minhas canções.

►O que significou esta fase em sua vida?

Tenho agora a certeza que a maternidade é o trabalho mais difícil na vida. Posso fazer 12 horas de entrevistas, 10 de gravação de vídeo, estar 8 horas seguidas no estúdio, mas nada me deixa mais exausta que ir atrás dos meninos o dia inteiro. É inigualável toda essa inversão de energia que gasta uma mãe. Você deve ter todos os sentidos postos neles para estar alerta de que não caiam, lidar com sua parte emocional, com sua alimentação, com sua aprendizagem. E isso te cansa ao final do dia. As 11 da noite o que mais anseio é encontrar na minha cama um bom travesseiro.

► E não a Gerard?

Ele está igual. Me disse que não se cansa tanto nem depois de ter jogado duas horas contra o Real Madrid.

► Sobre como será seu nono álbum de estúdio fica a dúvida de que estilos estarão presentes. Já que no anterior você se afastou um pouco do eletrônico para retomar mais suas raízes latinas…

A volta ao trabalho foi dura, mas já estou criando muito e me sinto melhor encaminhada e muito inspirada. Como será o novo álbum? Isso nem eu mesma ainda sei. Vou escavando dentro de mim, escrevendo canções sinceras, alegres, dançantes, de tudo um pouco. Vou buscando e vou encontrando.

► Quando este álbum chegar a luz você já haverá chegado aos 40 (seu aniversário é em fevereiro). Você imaginava quando começou sua carreira, alcançar tudo o que conseguiu?

Não colocava um número naquele momento, mas sempre sonhei com algo assim como o que estou vivendo hoje. Tive a benção de encontrar um companheiro de vida que está sempre a meu lado e que me deu uns filhos muito lindos.

► Você já marcou algo para quando chegar aos 40 anos?

Faltam uns meses, ah, te aviso quando chegar (risadas). Na realidade me sinto muito vital. E se posso seguir criando em paz e feliz, então que venham muito anos a mais assim. Mas de verdade isso de calendários são só temas mentais.

► Calendários mentais?

Se vê de tudo. Pessoas de 20 que parecem de 50, de 50 que parecem de 20 e de 40 que parecem de 40. Alguns são calendários criados. Também hoje as estruturas sociais também mudaram devido aos avanços tecnológicos. Antes as pessoas morriam muito cedo e por isso a mulher deveria dar a luz antes dos 20. Agora essa decisão se adiou quase até o final dos 30 e ela representa uma mudança nas dinâmicas da sociedade.

► No Peru acaba de se realizar uma inumerável marcha para pedir melhores condições de justiça e igualdade para a mulher. Como você vê este tema de sua perspectiva, vivendo na Europa e com um legado árabe?

É certo que na cultura latina existe todo um machismo que deve seguir se desenterrando para abandonar velhos estigmas, mas no mundo ocidental nós temos muito mais oportunidades de desenvolvimento que no mundo do Oriente, que é um universo totalmente distinto do que conhecemos e que as mulheres não são valorizadas. Na África ou no Oriente Médio são aceitadas práticas culturais ou religiosas que mantem as mulheres presas em condições terríveis.

► Podemos ouvir nos jogos Olímpicos do Rio que atletas de diferentes nacionalidades, em especial em suas apresentações de ginástica, usaram sua música no momento de suas apresentações…

É uma grande alegria descobrir que você é parte da vida de outras pessoas. Esse é o propósito fundamental de que nos dedicamos na música.

Veja abaixo alguns scans da revista que chegou as bancas do Peru este sábado:

Fonte: Revista Somos