A nossa musa latina é a capa do mês de junho da versão italiana da revista Vanity Fair, e pra variar, ela está LINDA!
A revista que comumente aborda temas como entretenimento, política, sucesso, moda e beleza teve uma conversa descontraída com a nossa loira, e é claro que a equipe do Shakira Brasil já traduziu tudo pra você não ficar de fora! Acompanhe:
Shakira: “Sou uma mãe tigresa e venci o medo parada voltar aos palcos”.
Quando criança, foi dito a ela que cantava como uma cabra… O sucesso veio, mas depois de se tornar mãe, entrou em crise e pensou em desistir da música. Ao invés disso, Shakira voltou aos palcos e segundo ela, “foi libertador”.
Poucos dias após o massacre de Manchester, em 22 de Maio, durante o show da cantora Ariana Grande, perguntamos a Shakira como ela se sente hoje, uma artista acostumada a cantar para milhares de pessoas, e se o pensamento é “Isso poderia acontecer em um dos meus concertos?” Ela responde:
“Bem, como humana, é difícil dissipar, vivemos em tempos difíceis. É claro que há medo, mas há também a vontade de não desistir, continuar a fazer música para viver uma vida plena e satisfatória”.
Não ceder ao medo, é a resposta mais diplomática que dará ao longo da entrevista, mas é também uma resposta de coração, porque se há alguém que sempre representou os valores da inclusão e a mistura de culturas, este alguém é ela, tanto que ela mesmo costuma dizer “Eu sou uma fusão“.
Colombiana de nascença, libanesa por parte do pai, espanhola e italiana por parte da mãe, é influenciada tanto pela música do oriente médio como também pelo pop inglês, Shakira é uma diva Global por excelência. Primeiro se tornou famosa em espanhol, com o álbum Pies Descalzos (era 1995) e, em seguida, explodiu ao redor do mundo através dos sucessos “Whenever, Wherever“, “Hip’s don’t lie“, “Don’t Bother” e “She Wolf“. Ela diz:
“A língua espanhola é o mais próximo do meu coração, mas certas coisas, por algum motivo, é melhor pra mim em inglês”.
O novo álbum é chamado ‘El Dorado’ e é uma espécie de retorno após o nascimento de dois filhos, Milan (4 anos) e Sasha (2 anos), junto com o jogador de futebol do FC Barcelona, Gerard Piqué. Os dois se conheceram em 2010 no set de gravação do vídeo “Waka Waka”, a canção oficial da copa do mundo na África do Sul, de fato, cantada por Shakira.
“É um álbum eclético, com uma mistura de canções muito pessoais como o single Me Enamore (dedicado a Piqué, que aparece no vídeo) e outros mais pop’s, com influências de Bachata Latina e Reggaeton”.
Um sentimento subjacente de todo o álbum é a liberdade: El Dorado, segundo ela, “É talvez o disco mais libertador que eu já escrevi, e ainda mais divertido”.
Após a maternidade você tinha dado uma pausa, quando você percebeu que era o momento certo pra voltar?
“Foi um processo gradual. Eu sou uma mãe novata que tem que conciliar o papel de mãe com o papel de artista, meu maior desafio. Eu tinha decidido que apenas quando Sasha estivesse mais independente eu estaria de volta ao estúdio. Mas eu não tinha contado com o conflito entre estas minhas duas almas e o medo que poderia aparecer. Em certo ponto, o medo virou o medo do palco. Eu estava confusa, eu também estava tentada a me aposentar, largar tudo”.
O que te fez mudar de idéia?
“Ele interveio, Gerard. Ele sem rodeios disse que nunca permitiria que eu me aposentasse, disse “Garota, você só vai se aposentar quando não tiver mais coisas a dizer. Agora vá lá e faça o que você faz “. Ele estava certo. Eu estava com medo. Digo, aterrorizada“.
Gerard te desbloqueou?
“Absolutamente. Mas entre decidir gravar um novo álbum e fazê-lo realmente levou tempo. Ele têm a pressão e as dúvidas: onde eu encontro inspiração? Como posso trabalhar em um ambiente tão novo para mim? Passei uma semana pensando o que eu já não teria feito. Escrever um álbum a partir do zero parecia uma tarefa impossível, como se eu tivesse que escalar o Everest. Logo, algo estava desbloqueado, mais uma vez, eu publiquei uma canção, “La Bicicleta”, juntamente com Carlos Vives e vi que os fãs talvez não esperassem um álbum completo, que mesmo uma canção seria suficiente. A pressão foi aliviada. E algo em mim estava desbloqueado”.
Logo, aliviou-se a pressão.
“No passado, produzir uma música atrás da outra era um dever. Mas a idéia de me trancar em um bunker, isolada de tudo e todos por quem sabe quanto tempo a fim de produzir uma enorme quantidade de trabalho, me aterrorizava. Felizmente, a indústria fonográfica mudou muito nos últimos anos, e um artista não é mais obrigado a produzir tendo em mente um álbum inteiro. Em suma, quando eu disse “ok, não preciso criar um álbum inteiro” eu vi a luz no fim do túnel. As músicas começaram a fluir mais suave do que nunca, e eu nunca me senti tão livre e criativa como agora”.
Qual é a lição aprendida?
“Que não podemos ouvir o que as outras pessoas querem, mas seguir o seu instinto e suas épocas. E, se necessário, derrubá-las. Eu fiz isso, hoje ser mãe é o meu verdadeiro trabalho. A música se tornou um hobby para que eu possa fazê-la de uma forma descontraída. Eu nunca pensei que diria tal coisa, pois eu trabalho desde que eu tinha 14 anos”.
Mas isso muito provavelmente é pelo estresse do papel de ser mãe?
“Porque eu sou uma mãe tigre. Leva-me muito tempo para restabelecer-me as energias, quero que meus filhos desenvolvam plenamente a sua capacidade cognitiva, criativa, comportamental. É muito cansativo. Outro dia eu li um estudo que diz que as francesas são as mães mais tranquilas. Aqui, eu quero ser francesa, mas, infelizmente, eles não são. Eu não tenho desapego, eu vivo com toda a paixão, a mil, e uma vez que a maternidade é agora o meu trabalho integral, eu coloco muita energia nela. É bonito, emocionante, maravilhoso, mas cansativo ao mesmo tempo “.
“Bastou Gerard para libertá-la, disse “Garota, você só vai se aposentar quando não tiver mais coisas a dizer. Agora vá lá e faça o que você faz”. – Shakira
O que ensinar a seus filhos sobre o sucesso?
“Que isso não tem nada a ver com ser famoso ou rico. O que é muito mais importante é entender o que você realmente quer fazer na vida. E essa teimosia, por vezes, faz com que você consiga ir tão longe com talento”.
Te preocupas que seus filhos cresçam como privilegiados?
“Eu penso sobre isso, e é verdade que os meus filhos estão crescendo com mais recursos do que eu tinha, mas ainda há dificuldades. Só que, para eles será um tipo diferente. Já agora percebo que ter dois pais famosos não é fácil, você vai lutar mais para encontrar o seu caminho. Uma coisa que me importa é que eles cresçam aprendendo muitas línguas, porque essa é a maneira de aprender sobre as diferentes culturas e abrir a mente”.
E o sucesso você dedica a quem?
“Ao meu pai. Quando criança, eu foi expulsa do coral da escola porque o professor não gostou do meu vibrato, ele disse que eu parecia uma cabra. Meu pai me disse para não desistir, para continuar a cantar. “Sua voz é bonita, você vai ver, um dia todos irão notá-la.” Tem sido sempre um sonhador. Talvez não muito bom como um empresário, mas um idealista que me ensinou muito sobre a vida e o valor da perseverança”.
O que dirias agora a Gerard?
“Tê-lo ao meu lado é fundamental. É como se o tivesse tido sempre, sempre. Eu não posso imaginar minha vida sem ele “.
Você sabia que, recentemente, ele foi um dos convidados de uma transmissão italiana e disse que queria se casar com você?
“Eu sei. É algo que ele disse só na Itália, nem mesmo na Espanha. O que você pode dizer? Ter dois filhos juntos já me faz bastante casada, para não mencionar que as nossas vidas e nossas carreiras estão completamente devotadas um ao outro. Eu questiono a necessidade de um pedaço de papel para tornar este um casamento”.
Entrevista por Vanity Fair n. 23
Essa mulher é MARAVILHOSA né?