Shakira se torna uma #MulherVaidade, e estampa a capa da segunda edição de Julho da revista mexicana Vanidades.
Nesta capa, a cantora aparece espetacular, e concede uma entrevista exclusiva à Rocio Tapia Hernández, foi fotografada pelo seu fiel colaborador Jaume de Laiguana, a assistência de moda foi feita por Gerard Angulo e Giselle Garcia Polanco, e a maquiagem e pentado por Beatriz Matallana. É óbvio que a equipe Shakira Brasil fez questão de traduzir em primeira mão para você! Confira:
Radiante, nostálgica, feliz e muito criativa, assim se encontra a cantora. Suas raízes latino-americanas são notadas em seu mais recente trabalho discográfico, El Dorado, que já bateu recordes de venda. Além do êxito, a diva do pop também destina seu tempo para melhorar o mundo. Diante da crise imigratória atual, ela não hesita em apontar com antiquado e ultrapassada a tentativa de separar povos com fronteiras, e assegura “O que deveria prevalecer é o diálogo aberto”.
#CoverShoot:
¿Ya tienes tu #RevistaVanidades con @shakira? ¡No te la puedes perder! #ShakiraxVanidades pic.twitter.com/jHRaV9OkhL
— Revista Vanidades (@vanidadesmx) July 10, 2017
Esse ano tem sido um ano agitado para a colombiana que já encantou tantas gerações. Sem descuidar de sua vida pessoal com seu marido, Gerard Pique e seus filhos Milan e Sasha, os três homens que preenchem seu coração, Shak encontrou sua fonte de inspiração, que ilumina não só sua vida, como sua carreira artística.
Ter recorrido a distintos ritmos e idiomas a fez mais versátil. Contudo, continua essa nostalgia por sua terra natal, Colômbia, que a faz recordar simplicidades tão belas como caminhar descalça ao ritmo de uma música caribenha ou comprar frutas com limão e sal nas ruas de Barranquilla, experiências que preenchem ela de orgulho e que ela gostaria que seus filhos um dia pudessem vivenciar.
E agora, com seu Décimo Primeiro álbum de estúdio, ela reencontra-se com suas raízes. Combina gêneros que nunca havia experimentado, como o Vallenato e a Bachata e inclui duetos com Maluma e Nicky Jam, que se dizem emocionados por terem participado deste álbum.
Shakira, que em fevereiro passado completou sua quarta década, se diz feliz por ter coberto tantos gêneros musicais, e ama seus fãs pois estes a acompanharam com paixão e euforia em todas essas experiências.
Seus quadris tem agitado em bailes com ritmos latinos, indianos, árabes, assim como sua energia tem contagiado a Cúmbia e o Reggaeton. Isto e um pouco mais ela nos conta na entrevista.
VANIDADES: Diante da euforia de ritmos em várias partes do mundo, como você encontrou inspiração para este novo álbum?
SHAKIRA: No começo foi difícil, não sabia como me organizar dentre o desejo de estar com minha família, meus filhos, e como atender a Artista que existe dentro de mim, que também queria se fazer aparecer. Na primeira semana de gravação me encontrava paralisada, “La Bicicleta” foi a canção que despertou a artista novamente em mim, seguida por “Toneladas”, que dei mil voltas antes de gravar na versão que foi pro disco. Eu me diverti muito trabalhando em “La Bicicleta” ainda mais com Carlos Vives, por quem sempre tive um apreço especial, logo, gravar o vídeo na minha terra, compartilhando a música com o povo… tudo isso me estimulou a fazer mais canções e explorar outros gêneros latinos como a Bachata, por exemplo.
VANIDADES: O que ‘El Dorado’ representa para ti?
SHAKIRA: Representa na história um lugar místico, aonde por suposição existia um tesouro que muitos buscavam. Outros enxergam como algo simbólico. No meu caso, é tanto a busca pela inspiração quanto a chegada até ela. No início da gravação eu sentia que fugia de mim qualquer inspiração, quanto mais eu a buscasse. Até que eu me livrei da pressão e me dei conta de que a inspiração sempre existiu em mim, eu só tinha que deixar espaço para que a criatividade emergisse novamente.
VANIDADES: Como é o processo de criação artística no seu caso? O que não pode faltar? Um computador, um livro, uma água?
SHAKIRA: Não tenho uma lista de coisas que tenho que ter no estúdio o tempo todo. É algo bem mais relaxado… as vezes escrevo no computador, mas se me ocorrer a letra e não tiver um laptop por perto escrevo no que estiver ao meu alcance, antes que eu esqueça, minha memória já não é mais como era antes (risos)…
VANIDADES: Teus filhos ou teu marido influenciam?
SHAKIRA: Em geral confio em minhas intuições artísticas, mas é claro que eu gosto que neles provoque certa reação, se eu coloco uma canção no estúdio e meus filhos peçam que eu a coloque novamente, é um bom sinal. E é claro que os pequenos são os críticos mais sinceros que temos.
VANIDADES: Qual a melhor frase que você escutou eles falando sobre você?
SHAKIRA: Hummmm… não sei, teria que pensar mais.
VANIDADES: O que você gosta em suas personalidades?
SHAKIRA: Eles são muito distintos um do outro e possuem personalidades únicas com tão pouca idade. Sasha eu acredito que poderia ser músico, se encanta com dançar, se move sem se dar conta assim que colocam uma música para tocar. Milan é um menino com muito caráter e determinação, está no momento obcecado por futebol, mas também ja percebi que quando ele está no estúdio comigo e estamos brincando de tocar bateria ou cantar ele tem bastante ritmo e é muito bem afinado. Acredito que ele pode fazer o que quiser, digo isso pois ele se dedica plenamente a tudo aquilo que ele ama.
VANIDADES: Como te conquistou? (Piqué) Continua te conquistando?
SHAKIRA: Sempre foi sincero e claro com tudo que queria. Não havia joguinhos nem volta, quando nos conhecemos tudo fluiu de maneira clara e natural, e desde esse dia, a primeira vez que eu o vi, ele tem se mantido constante. Ele é minha rocha. Me conquista de novo todos os dias.
VANIDADES: O que você faz para que sua relação continue forte?
SHAKIRA: Como te disse antes, é um esforço constante… e buscamos tempo a sós de vez em quando, porque para se ter uma família feliz é muito importante que mantenhamos o amor entre nós, para que nossos filhos vivam em um ambiente cheio de amor e respeito mútuo, e que essa seja o exemplo de uma relação para eles.
VANIDADES: Você gostaria de mudar algo nele?
SHAKIRA: Não gostaria de mudar nada. Todos temos defeitos e o conceito de perfeição é muito subjetivo. Se quero que alguém me aceite como sou tenho que fazer o mesmo. O amor não é racional, ele tem mais a ver com aceitação, paciência e dedicação do que com perfeição.
VANIDADES: O que ele gosta em você?
SHAKIRA: Parece mentira, mas ele gosta até das minhas loucuras (risos)…Não me perguntas como! Isso que é amor!
VANIDADES: Sente falta da américa latina?
SHAKIRA: Sim, sinto falta das coisas cotidianas. Comprar manga com limão e sal na rua, andar descalça em meu bairro, músicos tocando música caribenha, os pintores que pintavam os retratos de minha infância, me dá muita nostalgia.
VANIDADES: Levaria teus filhos para viverem na Colômbia?
SHAKIRA: Não tenho planos de viver em outro lugar agora… mas tenho algo muito claro, desejo que eles se sintam conectados com meu país; para eles vai ser impossível ter a mesma experiência que eu tive quando criança, o que me deixa triste, porque é uma importante parte do meu ser, mas em cada oportunidade que eu tenho eu os levo comigo, e se em algum momento eles quiserem viver na Colômbia eu ficaria muito orgulhosa.
VANIDADES: Quais rastros daquela Shakira de cabelos negros, menina, que você ainda enxerga em si hoje em dia?
SHAKIRA: Sou a mesma Shakira. Só que hoje passo muito mais tempo no cabeleireiro. Mas falando sério, eu não enxergo Duas Shakiras, a cor do meu cabelo tem pouco a ver comigo como pessoa. Sou a mesma que fui aos 18 anos? Com certeza que não, e estou segura de que ninguém é. As pessoas evoluem com o passar do tempo, estou feliz que meus fans sempre me aceitaram, com muitos looks diferentes ou tipos de música que fiz em todos esses anos. É obvio que vejo algumas fotos de alguns anos atrás e penso, “acho que errei nessa roupa”, quem nunca? acho que é normal.
VANIDADES: Quais as dificuldades que você enfrentou para consolidar sua carreira fora da américa latina?
SHAKIRA: Quando entrei em outros mercados, se conhecia pouco da Colômbia a não ser sobre o que se falava do tráfico de drogas. Tive que lidar com muitos estereótipos e prejuízos. Era muito importante para mim mostrar a riqueza do meu país e ainda hoje considero uma honra representar a Colômbia aonde quer que eu vá, mundo a fora. Sempre serei colombiana, ainda que não vivo mais na Colômbia desde meus 18 anos.
VANIDADES: Agora isso é mais fácil?
SHAKIRA: Creio que, em geral, o planeta está se tornando cada vez mais pequeno com as redes sociais, e eu gosto muito disso, mas ainda quero seguir mostrando minha Colômbia ao mundo, por isso fiz “La Bicicleta” em minha cidade natal. Queríamos capturar a alegria do povo, e mostrar a beleza do país e compartilhar com todos.
VANIDADES: Existe algum ritmo que você quis interpretar e por algum motivo ainda não fez?
SHAKIRA: Neste álbum tive sorte de trabalhar com Vallenato e Bachata, que foram novos gêneros para mim e tinha muita vontade de explorar. Creio que eu brinquei com muitos ritmos, indiano, árabe, cúmbia, reaggeton, talvez algo mais da Ásia seria interessante, quem sabe… no estúdio me deixo levar.
VANIDADES: A situação social da América e da Europa complicou… o que você acha das políticas de imigração?
SHAKIRA: Os imigrantes ao meu parecer são importantíssimos para a história. Temos que lembrar que é parte importante da natureza do homem querer explorar outras terras, disso nasceu o Colonialismo e o Imperalismo. Sem isso, nossas culturas teriam menos riqueza, e creio que seja uma ideia antiquada, que agora, depois de tantos anos, nos separemos de novo erguendo fronteiras quando estão cada vez mais apagadas as linhas que dividem os países. Por bem ou por mal, segundo o que cada um crê, já vivemos em um mundo globalizado… não podemos nos segurar em uma realidade que não existe. Então porquê não nos concentrarmos em um futuro e tudo que a convivência nos trás? A troca de ideias e o diálogo aberto é o que nos proporcionará o futuro.
Essa mulher nos enche de orgulho não é mesmo?