Era do streaming: serviço já representa 62% das receitas de música nos EUA

Relatório divulgado pela RIAA aponta que vendas digitais de singles e álbuns caíram mais de 20%, enquanto receitas com serviços de transmissão sob demanda continuam a crescer com velocidade impressionante no primeiro semestre deste ano, nos EUA 

Da Redação – O primeiro semestre deste ano foi, de fato, muito promissor para Shakira em solo norte-americano. Considerando apenas os dados reportados oficialmente, a artista colombiana vendeu mais de 240 mil cópias do seu recente álbum El Dorado, segundo sua casa discográfica, Sony Music Latin. Dois singles da artista obtiveram certificação por altas vendas emitidas pela  Recording Industry Association of America (RIAA) nos primeiros seis meses de 2017. A canção trilha sonora do filme de animação Zootopia, Try Everything, recebeu disco de platina em março por atingir a incrível marca de 1 milhão de cópias equivalentes vendidas. Em maio, foi a vez de Chantaje receber o certificado latino de diamante por suas mais de 900 mil cópias equivalentes. O sucesso de Shakira, sobretudo nas plataformas de streaming que geram vendas equivalentes, acompanha o progresso da industria fonográfica norte-americana, que nos seis primeiros meses do ano registrou receitas de US$4 bilhões no varejo e US$ 2,4 bilhões no atacado.

Os dados fazem parte de um relatório divulgado pela RIAA no final de setembro, que acompanha a produtividade do setor de música gravada no país no primeiro semestre de 2017. De janeiro a junho, o crescimento das receitas dos serviços de transmissão de assinaturas de música continuou a compensar o declínio nas vendas baseadas em unidades tradicionais. As receitas de varejo estimadas da música gravada nos Estados Unidos cresceram 17% no primeiro semestre  para US $ 4,0 bilhões. No valor de atacado, o setor cresceu 14,6% para US $ 2,7 bilhões.  O crescimento reflete uma continuação das tendências, verificadas a partir de 2016. As receitas de transmissão de serviços de música representaram 62% do mercado total, um crescimento de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior, com cifras que chegaram a casa dos US$ 2,5 bilhões. A categoria de streaming inclui receitas de serviços de assinatura (como versões pagas do Spotify, TIDAL e Apple Music, entre outros), serviços de rádio digital e personalizados, incluindo as receitas distribuídas por SoundExchange (como Pandora, SiriusXM) e serviços de transmissão on-demand suportados por anúncios (como YouTube, Vevo e Spotify, suportado por anúncios).

As inscrições pagas foram o maior motor de crescimento no primeiro semestre de 2017. Receitas de subscrição paga
cresceram 61%, saltando para US $ 1,7 bilhão no varejo, e foram o maior formato nos Estados Unidos representando 43% da receita total. Esse crescimento foi impulsionado pelo contínuo aumento dos usuários. O número das assinaturas pagas atingiu um recorde de 30 milhões. Isso representa um crescimento de cerca de 1 milhão de inscrições novas por mês em relação ao ano anterior. Já as receitas provenientes de vendas de faixas e álbuns digitais continuaram a diminuir no primeiro semestre. As receitas de download digital ficaram na casa dos US$ 757 milhões, uma queda de 24% em relação ao ano passado.

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